sábado, 13 de outubro de 2012

O bêbado e o equilibrista

A citação a Charles Chaplin na postagem anterior me fez lembrar um dos maiores nomes da MPB, João Bosco, e seu grande sucesso "O bêbado e o equilibrista" no qual ele faz menção àquele artista e canta a esperança de um novo tempo já que o Brasil, à época, vivia os anos da cruel ditadura militar.

Ainda era um adolescente, mas lembro com saudades daquele tempo em que, inocente, ouvia de nossa voz-feminina maior, Elis Regina, a emocionada versão desta belíssima canção.

Hoje, como nação, nossos desafios e sonhos são outros, mas cada um de nós enfrenta momentos em que, tal como o bêbado e o equilibrista, precisamos caminhar na corda bamba de nossa história pessoal, procurando manter o passo e o compasso para não perder a esperança e cair, definitivamente.

E é esta, a Esperança, que nos motiva a caminhar, mesmo que aos tropeços, e continuar lutando com a certeza de tempos melhores. E, embalados por esta melodia que se tornou um hino para uma geração inteira de brasileiros, nos sentimos renovados e encorajados, sabendo que tudo passa e que "o show de todo artista tem que continuar."

Desfrutem:

O bêbado e o equilibrista (João Bosco)

Caia a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos
A lua, tal qual a dona do bordel

Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel
E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas, que sufoco louco
O bêbado com chapéu coco fazia irreverências mil
Prá noite do Brasil. meu Brasil
Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu num rabo de foguete

Chora a nossa pátria mãe gentil
Choram marias e clarisses no solo do Brasil
Mas sei que uma dor assim pungente não há de ser inultilmente
A esperança dança na corda bamba da sombrinha
E em cada passo dessa linha pode se machucar
Azar, a esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar


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