segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mútua ajuda


Nestes tempos de "autoajuda" é sempre bom estar onde as pessoas se encontram para apoio recíproco, especialmente em um lugar estranho e significativamente diferente de seus lugares de origem.
Foi o que aconteceu, na semana passada, em uma simpática "Igreja dos Nazarenos" na região do Monte das Oliveiras aqui em Jerusalém.
Pastores e líderes de diferentes denominações e posicionamentos teológicos reuniram-se, não para um debate doutrinário, mas para um gostoso café da manhã, onde, claro, não poderia faltar uma boa pasta de grão de bico, aqui chamada de "homus".
Trata-se de uma reunião mensal, promovida com o objetivo de desenvolver relacionamentos, dar apoio e cultivar comunhão entre pastores e líderes de igrejas na Terra Santa. Para quem já esteve sozinho em um lugar de cultura diferente da sua, sabe o valor destes encontros.
Especialmente para aqueles que são solteiros, ou estão longe de seus familiares, estes momentos são um verdadeiro bálsamo para o alívio do cansaço e renovação das forças.
Como bem lembrou um dos presentes à reunião: "hineh mah-tov umah-na'ym shebet ahim gam-yahad" ("Eis que bom e agradável é que os irmãos vivam em comunhão" - Salmo 133.1).

domingo, 22 de maio de 2011

100 anos de trabalho Batista em Israel



No final da semana passada tive o privilégio, a convite do Pr. Al Nucciarone da Igreja Batista de Jerusalém, de participar das celebrações pelos 100 anos de trabalho Batista em Israel, na Cidade de Nazaré, onde o trabalho começou.

As celebrações tiveram início com um almoço no Colégio Batista de Nazaré, uma grande e importante escola na história recente de Israel, especialmente naquela região.


Depois, fomos para o Hotel Golden Crown, cujos fundos dão para o Vale de Jezreel, onde participamos, por dois dias, de conferências sobre a história da Igreja Batista em Israel.

Foi um encontro alegre e edificante onde tivemos a oportunidade de ouvir e conhecer líderes de igrejas locais e também alguns líderes internacionais, que representavam vários órgãos da denominação.


Como eu era o único brasileiro e pastor Batista, fui tratado como se fosse representante de nossa denominação no Brasil, até em razão da força dos batistas brasileiros no cenário mundial.


Por este motivo, em minhas entrevistas finais, todos os líderes deram uma palavra dirigindo-se aos batistas brasileiros no sentido de orarem e se juntarem aos desafios e apoio à igreja em Israel e a evangelização desta parte tão carente do evangelho, mas onde tudo começou. Aliás, esta foi uma emoção extra: estar exatamente na região onde Jesus foi criado, viveu a maior parte de Sua vida e onde deu início ao Seu ministério.

Ao final do encontro, perguntei a alguns líderes sobre o significado daquele momento e quais as expectativas para a Igreja Batista em Israel para os próximos anos.

Infelizmente, não domino todos os recursos que estou utilizando. Sendo assim, vocês ouvirão os testemunhos em inglês, mesmo.

Que seja estímulo para que vocês aprendam esta língua tão importante em nossos dias.

Grande abraço



sexta-feira, 20 de maio de 2011

Igreja "underground" em Jerusalém


O "underground" aqui tem um sentido figurativo, naturalmente, pois em Israel os cristãos desfrutam de liberdade para cultuar e até mesmo possuir um local público de adoração e comunhão. Portanto, o signifcado da palavra inglesa que tem uma conotação de algo "subterrâneo" ou "clandestino", aqui neste contexto é somente para dizer que trata-se de um grupo que se reune nos porões de uma antiga igreja em Jerusalém.


 Depois de passar muitos anos fechado este prédio se abriu, ou parte dele, para receber um grupo liderado pelo Pr. Tony, de origem judaico-inglesa, ligado à uma instituição estrangeira. Um grupo formado por várias nacionalidades, mas com um peso maior de imigrantes russos, daí a tradução para esta língua no vídeo abaixo.

Partor Tony faz um trabalho com Judeus Messiânicos, como são chamados os judeus que creem em Jesus como Messias e em sua congregação podemos encontrar alguns destes.

É um grupo pequeno, mas alegre e festivo.



Porém, as dificuldades são várias, pois este é um trabalho que sofre forte resistência. Não é incomum sofrerem algum tipo de agressão física, ameaças e terem seus imóveis de alguma forma danificados.

Orem por estes irmãos e o Pr. Tony.

Grande abraço




terça-feira, 17 de maio de 2011

Caminhada em Qumran


Foi uma maravilhosa experiência no feriado do Dia da Independência de Israel (Yom Há’atzmaut), conhecer a região de Qumran, local de uma das mais importantes descobertas  arqueológicas do Século XX. Ali foram encontrados os famosos pergaminhos do Mar Morto que trouxeram novas luzes aos estudos bíblicos, especialmente do Antigo Testamento.



Fizemos uma caminhada que começou já quase no final da tarde e andamos durante cerca de uma hora até o local desejado.

Éramos um grupo pequeno (dez adultos e uma criança), mas bem diversificado (americanos, romena, inglês, sul coreana, chechena, nigerianas e um brasileiro... eu).


O sol ainda estava ardente, mas o vento constante ajudou a tornar a caminhada agradável e pouco cansativa (pelo menos para a maioria).


Como se tratava de uma caminhada no deserto, fiquei preocupado, pois nunca havia feito esta experiência, por mais acostumado que estivesse à exercícios deste tipo.



Entretanto, caminhamos quase todo o tempo em terreno mais ou menos plano, com poucos acidentes. Para quem está se acostumando às escaladas no Rio de Janeiro, diria que foi uma caminhada nível 1 de dificuldade.


Pelo meio do caminho, aproveitamos para contemplar a paisagem, bem diferente das que estamos acostumados a ver no Brasil, inclusive com direito a apreciar dois grupos de dromedários.

Espero que vocês gostem do vídeo que fiz abaixo que foi prejudicado, bastante, pela intensidade do vento que batia. Quanto à explicação em inglês por parte de nosso guia (Pr. Tony), vou ficar devendo a legenda, pois ainda não aprendi a fazer isso. Vocês sabem que ainda estou engatinhando nestas “ciências da computação e informação”.

Grande abraço a todos.

domingo, 15 de maio de 2011

Yom Ha'Atzmaut - Dia da Independência

Esta foi uma semana bastante movimentada para mim, aqui em Israel, que começou com as comemorações do Dia da Independência (Yom Ha'Atzmaut). Já no dia anterior, eventos especiais abriram as comemorações do 63o. aniversário do estabelecimento do atual Estado de Israel, proclamado por Ben Gurion no dia 5 de Iyar, que em 1948 correspondeu ao dia 14 de Maio (9 de Maio, neste ano de 2011).


Foi interessante sair do local onde estou instalado para observar a festa nesta parte de Jerusalém. A Rua Ben Yehudah estava lotada. Dois palanques foram montados em seus extremos e em cada um deles havia apresentações de vários cantores.










Toda a Cidade de Jerusalém estava enfeitada com grandes bandeiras de Israel nas varandas e fachadas de prédios, bem como bandeiras menores tremulando nos carros e nos postes das ruas e estradas.

Um dos milagres de nossos tempos o Estado de Israel se desenvolveu rapidamente e hoje, por todos os lugares em que andamos nos deparamos com instalações de estradas e infra-estrutura de ótima qualidade.

Para quem viveu sob as duras condições das primeiras décadas deste jovem estado - mas detentor de uma longa, rica e fascinante história - pode ser alegrar, hoje, com o seu rápido progresso. Israel é uma nação desenvolvida e que disputa, em várias áres do conhecimento e produção de bem estar humanos, as primeiras posições juntamente com os países mais desenvolvidas.

Abaixo, um vídeo mostrando a bela festa, em uma fria noite de Jerusalém, em 09.05.2011.





sexta-feira, 6 de maio de 2011

Refugiados: problema para o mundo - desafio para a Igreja.

Estive em Tel Aviv na semana passada com um grupo formado por várias igrejas, principalmente batistas, para um trabalho de distribuição de literatura e assistência social.

Fiquei perplexo com a realidade que encontrei ali, pois não me avisaram, com antecedência, com quem iríamos trabalhar.

Chegamos à uma região mais pobre daquela bela, rica, planejada e jovem Cidade de Israel, às margens do Mediterrâneo, em torno das 16hs.

O cenário, na medida em que nos aproximávamos do local onde nos instalamos, foi surpeendente para mim, pois não esperava encontrar naquele lugar tanta gente de várias partes do mundo, predominantemente asiáticos e africanos. Estes últimos, em sua grande maioria, refugiados das guerras, problemas políticos e religiosos do Norte da África em especial.

Calcula-se em torno de 50 milhões o número de refugiados no mundo, sendo que a maioria destes vivendo em seus próprios países, mas em condições extremamente difíceis.

Este tem se constituído em um problema cada vez maior para países europeus e americanos que precisam dar refúgio à levas de refugiados, mas que não estão preparados e nem mesmo interessados nesta avalanche de seres humanos que procuram lugar para viver em paz, onde possam desfrutar de liberdade e prosperidade.

Se isto se tornou um problema para muitos, para a igreja é um grande desafio, não somente de evangelização destes que em seus próprios países nunca tenham sido alcançados, talvez, mas também de procurar sensibilizar os governos e opinição pública mundial para este grave problema imposto a seres humanos criados á imagem de Deus, sem direito à sua própria terra em razão de pobreza extrema, guerras e perseguições político-religiosa.

Segue um pequeno vídeo do trabalho em Tel Aviv




quinta-feira, 5 de maio de 2011

Páscoa em Jerusalém

A Páscoa em Israel, especialmente, em Jerusalém, é um evento muito interessante e festivo. É impressionante ver que pesssoas de todo mundo vem para este lugar a fim de celebrar a Páscoa dos judeus e cristãos, cada um a seu modo.

A Páscoa judaica, que é celebrada em memória dos eventos atinentes à libertação do Egito, narrados no Livro do Êxodo, especialmente no capítulo doze, tem atraído para Jerusalém milhares de peregrinos, a cada ano, tal como acontecia há dois mil anos, segundo o Livro dos Atos dos Apóstolos nos informa.

Já os cristãos, vem de todo mundo para celebrar os acontecimentos relativos aos últimos dias de Jesus e, de igual modo, enchem Jerusalém de vida e movimento.

São tradições diferentes, mas que celebram a mesma verdade de um Deus-Libertador, que abomina a escravidão e age à favor dos oprimidos que por Ele clamam em busca de libertação e justiça.

Aproveitei a ocasião para fazer um pequeno vídeo diante do Muro das Lamentações, onde entrevistei o Israel, judeu vindo da África do Sul e que mora já há alguns anos no sul de Israel. Ele foi pego de surpresa entre os transeuntes do local, mas com muita simpatia nos deu estas breves palavra sobre a razão de estar ali e o significado da Páscoa para ele.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Yom HaShoah

Yom HaShoa é o dia em que todo o Israel rememora e homenageia as vítimas de um dos regimes mais hediondos que já se levantaram na história da humanidade: o nazismo.

Sob este regime, cerca de seis milhões de judeus morreram em campos de concentração das formas mais brutais e inimagináveis à épocas passadas, em um objetivo sistemático de aniquilação de um povo.

Lamentavelmente, isso não aconteceu na "Idade das Trevas" e nem muito menos na préhistória, mas no Século XX de nossa era e foi promovido por uma das civilizações mais "iluminadas" de todos os tempos.

Da recente Alemanha saíram as mentes mais brilhantes dos últimos duzentos anos nas mais variadas áreas do saber humano. Filosofia e Teologia não podem ser pensadas, hoje, sem que se considere as grandes escolas alemãs.

Por outro lado, as demais nações e instituições, inclusive a Igreja, foram consideravelmente coniventes com o que se passava à sombra do nazismo, em razão do silêncio e indiferença à realidade que se instalava na Europa das décadas de 30-40 do século passado.

Pelo zelo da autopreservação, para não dizer "covardia", fizemos vistas grossas à injustiça que era cometida contra seres humanos como nós, no mais abominável projeto de exterminação em massa já perpetrado na história humana.

Para relembrar os que morreram sob este sistema, portanto, em 1959, ainda sob a liderança de David Ben Gurion e Yitzhak Ben Zvi foi criado o Dia do Shoah (Yom HaShoah). Neste dia, às 10hs da manhã, sirenes tocam por toda Terra de Israel, as pessoas param onde estiverem, saem de seus carros e, durante dois minutos, lembram e oram pela memória dos que foram vítimas de nossas contradições.

No vídeo abaixo, vocês testemunharão a força deste momento que vivi aqui em Israel neste 2 de Maio de 2011.