segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Anjos no Deserto

O que motiva uma jovem a deixar seu país, família e amigos para viver em uma terra tão distante e inserida em uma cultura significativamente diferente? O desejo de aventuras e fortes emoções, ou mesmo o de fazer turismo e constatar, in loco, o fantástico caleidoscópio da raça humana?

Bem, ainda que este possa ter sido o caso de muitas pessoas que tiveram experiências semelhantes em seus contatos transculturais, não foi esta a motivação de Raquel Elana uma jovem jornalista carioca que há alguns anos deixou tudo para trás a fim de se dedicar ao serviço humanitário em nações do Oriente Médio.

Neste período Raquel Elana teve experiências riquíssimas e resolveu compartilhá-las através de um livro ao qual deu o nome de "Anjos do Deserto" publicado pela JAMI.

Nele você vai conhecer um pouco mais sobre a vida e trabalho de Raquel em sua caminhada por terras tão distantes e, muitas vezes, perigosas. Além disso, conhecerá um pouco mais sobre as sociedades árabes, sua cultura, e os desafios para o desenvolvimento do trabalho que Raquel se propôs realizar.

Trata-se de um livro conciso, de apenas 119 páginas de uma agradável leitura, e que pode se constituir em uma introdução para os que desejam se lançar à aventuras semelhantes ou mesmo para os que desejam conhecer mais sobre tão complexas e fascinantes realidades. Conheci Raquel, pessoalmente, e sei que o desejo de seu coração é que outros encontrem orientação e motivação para o trabalho do Reino através de suas páginas.

Todos os que desejarem maiores informações podem falar diretamente com  autora através de seu email pessoal: worshipfree@gmail.com

Boa Leitura!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Shanah Tovah!

Hoje começa o ano novo judaico de 5.773. Israel está em festa e especialmente a Cidade de Jerusalém.

Um grande número de pessoas se dirige às Sinagogas para cantar, orar e celebrar por longas horas, mesmo durante a madrugada.

De meu quarto posso ouvir os sons das vibrantes músicas que são entoadas, todas bem conhecidas do cancioneiro judaico.

As preocupações com a possibilidade de guerra e o alto custo de vida estão, por hora, esquecidos, pelo menos por parte da grande massa. O que importa, neste momento, é celebrar e confraternizar na expectativa de um ano bom e doce.

Este é um tempo, também, para refletir sobre a vida, pois segundo a Tradição Judaica este é o momento em que Deus pesa as ações dos homens e, portanto, é o tempo propício para fazer acertos com o Criador. O Yom Kipur logo chegará para que o perdão, pelas más ações, seja reivindicado. Depois disso virá a Festa dos Tabernáculos ou das Cabanas (Sukot) para relembrar ao povo sua peregrinação em direção à Terra Prometida com todos as implicações deste evento.

Enfim, de festa em festa este povo vai construindo sua história apesar de todo o passado de perseguições e ameaças de aniquilação. É interessante perceber, mesmo com tamanho histórico, que a Cultura Judaica celebra a alegria, a vida e aponta, com otimismo, para a possibilidade de um mundo melhor.

Shanah Tovah UMetukah!









sábado, 15 de setembro de 2012

"Quem sou eu?"

Dietrich Bonhoeffer

Parece que em certos momentos da vida uma pessoa pode mergulhar em uma crise tão grande que chega a abalar os fundamentos de seu ser. Nestes períodos íntimos e de extrema solidão uma das perguntas mais profundas diz respeito à sua própria identidade: "quem sou eu?"

Sim, "quem sou eu?" porque há muitos olhares sobre nossa verdadeira identidade. As pessoas possuem diferentes percepções à nosso respeito e estas podem mudar, sensivelmente, em tempos de crise. Jesus mesmo passou sobre isso na cruz quando alguns se dirigiram a ele dizendo: "Se tu és o Filho de Deus...", e outro: "se tu és o Messias..." O silêncio foi sua resposta!

Para os angustiados, porém, as perguntas não são diferentes. O desprezo, o abandono, as injustiças sofridas, a expiação de suas próprias culpas e as dos outros fazem com que duvidem si mesmos e de seu verdadeiro caráter.

Esta foi a experiência, por exemplo, de Dietrich Bonhoeffer, teólogo alemão enforcado pelos nazistas aos 39 anos, em razão de sua oposição ao sistema, em 9 de Abril de 1945, três semanas antes do suicídio de Hitler.

Nos dias de sua prisão, além de vasta correspondência, publicadas sob o título "Cartas da Prisão", Bonhoeffer produziu um belo poema-oração em que expressa seu profundo conflito em razão daquilo que ele sabia que sentia e era e das diferentes percepções que as pessoas expressavam acerca dele.

Quando li pela primeira vez este poema, há anos, ele tocou-me profundamente e ainda hoje é um texto de forte conteúdo para mim, que me abençoa e me encoraja.

Desfrute-o:


Quem sou eu?

Quem sou eu? Freqüentemente me dizem
Que saí da confinação da minha cela
De modo calmo, alegre, firme,
Como um cavalheiro da sua mansão.

Quem sou eu? Freqüentemente me dizem
Que falava com meus guardas
De modo livre, amistoso e claro
Como se fossem meus para comandar.
Quem sou eu? Dizem-me também
Que suportei os dias de infortúnio
De modo calmo, sorridente e alegre
Como quem está acostumado a vencer.

Sou, então, realmente, tudo aquilo que os outros dizem de mim?
Ou sou apenas aquilo que sei acerca de mim mesmo:
Inquieto, saudoso e doente, como ave na gaiola,
Lutando pelo fôlego, como se houvesse mãos apertando minha garganta,
Ansiando por cores, por flores, pelas vozes das aves,
Sedento por palavras de bondade, de boa vizinhança
Conturbado na expectativa de grandes eventos,
Tremendo, impotente, por amigos a uma distância infinita,
Cansado e vazio ao orar, ao pensar, ao agir,
Desmaiando, e pronto para dizer adeus a tudo isto?

Quem sou eu? Este ou o outro?
Sou uma pessoa hoje e outra amanhã?
Sou as duas ao mesmo tempo? Um hipócrita diante dos outros,
E diante de mim um fraco, desprezivelmente angustiado?
Ou há alguma coisa ainda em mim como exército derrotado,
Fugindo em debandada da vitória já alcançada?

Quem sou eu? Minhas perguntas zombam de mim na solidão.
Porém, seja quem eu for, Tu sabes, ó Deus, que sou Teu!

Dietrich Bonhoeffer

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Orgulho de ser... Brasileirinho!

Chorinho por Portinari
Nestas terras de "Deus me livre", pelas quais tenho andado, sou invadido, frequentemente, por uma saudade enorme de meu país, de seus cheiros, seus gostos e de seus sons.

Mesmo considerando que há muita coisa em nossa cultura que deve ser revista e mudada, à cada experiência fora do Brasil, tenho amado ainda mais nossa terra e povo.

Temos bom humor, somos acolhedores e falamos o Português, uma língua rica, bela, cheia de doçura, suavidade e sensualidade.

Se temos políticos que encarnam o que há de pior em nosso "brasilian way of life" e que nos fazem sentir vergonha, muitas vezes, temos um tanto de outras razões para nos sentirmos orgulhosos de sermos brasileiros.

Um destes motivos, certamente, é a diversidade e a qualidade de nossa herança musical, tão sincrética quanto é sincrética nossa "raça" e cultura.

O encontro de povos no Brasil criou um caleidoscópio musical de altíssima qualidade. Talvez poucos países no mundo, nestes últimos cento e cinquenta anos, tenham parido tão grande quantidade de músicos de primeira grandeza e tanta diversidade de ritmos e beleza harmônica.

De leste a oeste, sul a norte (apesar da marginalização deste último), temos o que de há de melhor em ritmos, sons e melodias, ousarei dizer, no mundo.

Por esta e por outras razões é que digo que me orgulho de ser... Brasileirinho.

Confira: